Uma análise profunda da
superficialidade que inundou este fim-de-semana a pacata Vila de Alenquer.
Podemos até chamar erro de
casting aquilo que vimos por estes dias acontecer em Alenquer, não querendo ser
desmancha-prazeres, mas não posso deixar de comentar.
Criou-se uma certa agitação
aquando da realização da Corrida á Corda no âmbito das Festas da Ascensão,
porque se estaria a desvirtuar o enquadramento e até a desrespeitar a tradição,
o certo é que como humanos que somos e pessoas de bom senso, rapidamente
corrigimos e em parceria com a organização das Festas do Divino Espírito Santo
de Alenquer enquadramos o Evento num momento transversal aos dois
acontecimentos.
Agora para espanto dos mais
crédulos e até mesmo dos incrédulos, vemos de uma forma deliberada um
desrespeito total pelas Festas do Divino Espírito Santo de Alenquer.
Alguém poderá dizer onde e como
se enquadrou um espectáculo do mais “popular” já visto por estes lados numa
festa de carácter solene e religioso do mais alto nível e merecedor de todo o
respeito, com o transmitido ontem para o país inteiro por uma canal de TV com
objectivos meramente comerciais e de audiências, sem qualquer respeito pelo
sentimento que deveria povoar a pacata Vila Alenquer ao evocar o Divino Espírito
Santo.
Até porque todos os festejos
deste ano têm sido marcados por uma exemplar e intocável organização, com
momentos que ficarão gravados na memória dos Alenquerenses para sempre.
Não concordo que o fim dos
festejos tenham ficados assombrados por uma atitude meramente comercial, quero
acreditar que a organização também terá ficado desiludida com o rumo dos
acontecimentos, estou solidário com o desapontamento que deve pairar sobre a
organização, mas espero que este mau exemplo sirva de lição para situações futuras.
Este é apenas um pensamento que
me ocorreu ao ver Alenquer com tanta vida como nunca tinha visto, foi bonito
ver as ruas cheias, os estacionamentos esgotados, só foi pena não ter sido
pelas Festas do Divino Espírito Santo de Alenquer, mas sim por causa do
sensacionalismo de um canal de televisão, com o qual até concordaria se tivesse
ocorrido em qualquer outra data que não esta, pois não sou hipócrita em não
reconhecer que este tipo de programas são úteis na divulgação de um Concelho.
Rui
Faria presidente da COFA “Comissão Organizadora das Festas de Alenquer”